Prisão
Os injustos no “hades”
(seol) estão em “prisão” (1 Pe 3:19). É uma condição de tormento (Lc
16:23). A “prisão” é um “tanque de contenção”, por assim dizer, dos
ímpios fora do corpo. Embora sua condição em “prisão” seja temporária,
seu estado de tormento é eterno. É uma condição fixa. Uma vez que uma pessoa
deixa este mundo em seus pecados, ela está em uma eternidade perdida, e assim,
nenhuma quantidade de oração poderá beneficiar essa pessoa! Jó disse: “Porque
eu sei que me levarás à morte e à casa do ajuntamento determinada a todos os
viventes. Porém não estenderá [Em
verdade nenhuma oração ajudará quando estender – JND] a mão para o
túmulo, ainda que eles clamem na sua destruição.” (Jó 30:23-24 – ACF).
O próprio Senhor disse que só tinha poder para perdoar pecados na Terra (Mt 9:6).
Uma vez que uma pessoa dá seu último suspiro e passa para uma eternidade
perdida, o poderoso poder do perdão de Cristo não pode alcançá-la lá. Que
solene!
Isaías 24:21-22
diz: “Naquele dia Jeová castigará o exército dos altos nas alturas, e os
reis da Terra sobre a Terra. Serão ajuntados, como presos são ajuntados na
cova, serão encarcerados na prisão, e depois de muitos dias serão
visitados.” O “exército dos altos nas alturas” é Satanás e seus anjos
caídos. Logo após a Aparição de Cristo, eles serão levados e lançados na “cova”.
Veja também Apocalipse 20:1-3. Os “reis sobre a Terra” são os exércitos
das nações que serão reunidas na terra de Israel. Eles serão julgados naquele
momento. Eles serão mortos e a alma e espírito deles colocados em “prisão”.
Eles serão mantidos lá por “muitos dias” (durante o Milênio) e depois “visitados”
por uma execução posterior de julgamento e depois designados para o lago de
fogo.
Como Atos 2:27
diz que a alma do Senhor entrou no hades depois que Ele morreu (mas antes de
ressuscitar), alguns imaginaram que Ele desceu à “prisão” e pregou o
evangelho aos espíritos de homens sem corpo, dando-lhes uma segunda chance de
sair de lá. O versículo usado para apoiar essa ideia é 1 Pedro 3:18-20. Diz: “Porque
também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o Justo pelos injustos, para
levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo
Espírito; no Qual também foi e
pregou aos espíritos [que estão] em prisão; os quais noutro tempo foram
rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se
preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água.”
Este, no
entanto, é um uso distorcido das Escrituras. Supõe-se erroneamente que hades é
exclusivamente uma condição de sofrimento. E, nessa falsa premissa, as pessoas
concluem equivocadamente que depois que o Senhor morreu, Ele entrou naquele
estado em que estão os espíritos fora do corpo dos homens maus e pregou a eles.
Não é isso que a passagem de 1 Pedro 3 está ensinando. Pedro está falando da
ressurreição do Senhor, não de Seu espírito no estado fora do corpo. Ele
está se referindo à obra do Espírito Santo, dizendo: “No Qual (o
Espírito) também (o Senhor Jesus) foi e pregou aos espíritos [que estão – JND] em prisão”. O ponto da
passagem é que o mesmo Espírito que ressuscitou o Senhor Jesus Cristo dentre os
mortos também estava ativo nos dias de Noé, quando ele pregou naquele mundo
antediluviano. Falar aos homens na Terra pelo Espírito Santo foi a maneira pela
qual o Senhor trabalhou nos tempos do Velho Testamento. Ele alertou: “Não
contenderá o Meu Espírito para sempre com o homem” (Gn 6:3; Sl 139:7). Pedro,
no primeiro capítulo de sua epístola, afirma isso, dizendo-nos que “o
Espírito de Cristo” foi o poder de ação no testemunho ao longo dos tempos
do Velho Testamento.
Os “espíritos”
daqueles homens que Noé há muito tempo pregou, estão agora em “prisão”
porque recusaram a mensagem que Deus lhes deu quando estavam vivos na Terra (1 Pe
4:6). Para não cometer erro a respeito de quando Cristo pregou pelo
Espírito àquelas pessoas, Pedro acrescenta: “os quais noutro tempo (anteriormente)
foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé.”
Isso prova que foi nos dias de Noé, não quando Cristo estava fora do corpo no
intervalo entre Sua morte e ressurreição. Não há uma palavra na passagem que
indique que o Senhor, em Seu estado fora do corpo, foi e pregou na “prisão”.
Nem diz que essas pessoas eram espíritos fora do corpo quando lhes foi pregado;
a pregação aconteceu quando eles estavam vivos na Terra (em corpo) nos dias de
Noé.
Essa
interpretação é irracional e levanta mais perguntas do que respostas. É absurdo
pensar que, quando o Senhor morreu, que de todas as pessoas em “prisão”,
no hades, Ele destacaria aquela geração de pessoas – relativamente poucas – e
lhes ofereceria uma segunda chance. E as pessoas que viveram durante outros
períodos do Velho Testamento? Por que o Senhor não lhes deu uma segunda chance
também? E os que morreram e foram para a “prisão” depois que o Senhor
ressuscitou dos mortos – durante esse período atual da Igreja? Por que Ele não
lhes deu uma segunda chance também? E como eles teriam essa chance se
morressem depois que Ele ressuscitou dos mortos? O Senhor teria que morrer
novamente para descer à “prisão” no hades para pregar a eles. Isso é um
absurdo. Se a doutrina de uma segunda chance após a morte fosse verdadeira, por
que o apóstolo Paulo diria: “eis aqui agora o tempo aceitável, eis
aqui agora o dia da salvação”? (2 Co 6:2) Por que toda a necessidade
de urgência no evangelho?
A escritura é
clara: quando uma pessoa morre e passa para esse estado de tormento por causa
de seus pecados não terem sido expiados, seu estado nessa condição está “firmado”.
Eles sairão da prisão quando ressuscitarem, mas não sairão desse estado de
tormento. Isso é enfatizado no relato do homem rico e de Lázaro. “Demais,
entre nós e vós está firmado um grande abismo, de modo que os que querem
passar daqui para vós não podem, nem os de lá passar para nós” (Lc 16:26 –
TB).
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